E a cada dia que passa aprecio mais o silencio. Justo eu que sempre fui intensamente barulhenta, por dentro e por fora, agora posso ficar calada, olhando o jardim congelado, por horas...
Tenho tido bons momentos comigo. Me ouço, reflito, derramo uma lágrima ou outra e dou o tempo necessário para o coração acalmar. Pensando bem, talvez essa seja uma das caracteristicas de que finalmente crescemos, a gente aprende a chorar.
Sem espasmos, soluços e ombros balançando. Sem gritaria. Sem volume. Deixando o coração aguar toda a tristeza em silencio absoluto, com um turbilhão por dentro, mas por fora, pura calmaria.
O silencio é um pouco solitário, admito. E longe de casa pode ser assustador. Mas, quando o cansaço inunda a mente e incapacita de ouvir a multidão, ele me cai bem, feito luva em mao sem par.
Ficar em silencio, ouvindo o ranger da escada de madeira, no meio de uma tarde cinza requer força de vontade. Há tantos sons lá fora, tanta música... Mas, quem não aprende a conviver com a ausencia de ruído nunca vai conseguir ouvir o que é realmente necessário. Aquela coisinha tão constantemente ignarada e tão incrivelmente necessaria chamada consciência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
E aí!? Gostou do que leu?????