Ela acorda devagar, manhosa e querendo um dia bom...

Ela escolhe uma roupa bonita e com uma xícara de café morno na mão, repete para si que aquele dia vai ser diferente. Mas não é. 

É exatamente igual, com as mesmas cores, os mesmo ruídos que a irritam e as mesmas pessoas que não se importam. 

Ela vai murchando ao longo do dia. A maquiagem, feita com capricho, vai se apagando do rosto e da alma. Ela lamenta. Lamenta por si, pelo mundo, pela vida...

Ela chega em casa, com os pés e o coração doídos. Ela, descalça, anda pela casa e ouve música, sussurrando baixinho a letra triste. 

Ela toma um banho demorado e quente, com a água escorrendo pelo corpo exausto. Ela adormece depois de rolar horas pela cama e, finalmente, sonha. 

Ela sorri e abraça o travesseiro, o sonho tranquilo reanima sua esperança para começar um novo dia. Ela torce para que este, enfim, seja um dia bom...